Pessoas que não possuem uma boa relação com a alimentação podem desenvolver transtornos alimentares. Em geral, os transtornos alimentares estão ligados à outros problemas como depressão, ansiedade, traumas psicológicos, entre outros. Dessa maneira, esses fatores levam o paciente a desenvolver uma relação não saudável com a comida e com o próprio corpo. Mas qual o papel do nutricionista nesses casos?
O nutricionista pode ser um profissional fundamental para melhorar a forma como o paciente com transtorno alimentar enxerga a comida e cuida da própria alimentação. Confira a seguir quais são os principais transtornos alimentares e como você pode ajuda-los!
O que é são transtornos alimentares e como ele se desenvolve?
Um transtorno alimentar é uma doença onde o paciente desenvolve uma relação não saudável com a comida e com seu corpo. Em geral, transtornos alimentares são mais comuns em adolescentes e jovens adultos. No entanto, essas doenças pode surgir em qualquer pessoa e causar consequências sérias se não forem tratadas.
Em um transtorno alimentar, o paciente costuma relacionar a comida a sentimentos ruins. Os casos podem variar desde o consumo extremo e descontrolado de alimentos, até a total falta de alimentação. Em muitos casos, esses transtornos estão associados por exemplo a problemas de distorção pessoal de imagem, problemas de autoestima, traumas familiares ou até mesmo bullying.
Pessoas que não possuem uma relação saudável com a comida e possuem problemas emocionais em suas relações familiares, ou na escola por exemplo, podem desenvolver transtornos alimentares. Mas em todos esses casos, é necessário que o paciente faça tratamento psicológico e também com um nutricionista. Veja a seguir quais são os tipos mais comuns de transtornos alimentares.
Anorexia
A anorexia é um distúrbio onde os pacientes evitam comer pelo medo de engordar. Nesses casos, as pessoas que sofrem de anorexia costuma chegar a pesos muito baixos, e sofrer de diversos problemas de saúde pela má nutrição O publico feminino normalmente corresponde a 90% dos casos de anorexia, assim como nos casos de bulimia.
Em geral, os pacientes com anorexia sentem muito incômodo com o próprio corpo e um medo irracional de estar acima do peso. Dessa maneira, acabam cortando calorias da dieta a ponto de perderem muitos nutrientes. A anorexia em casos graves pode levar a internações hospitalares e até mesmo a morte.
Bulimia
A bulimia também é um distúrbio alimentar, onde o paciente come porém força reações de vômito ou evacuação na tentativa de impedir que o corpo ganhe calorias. Em alguns casos, o paciente que sofre de bulimia tem uma compulsão alimentar e depois sente uma culpa muito grande por ter comido, o que leva às crises.
Também está associada ao medo de engordar e a transtornos de imagem. Tanto na bulimia quanto na anorexia, os pacientes costumam ter a autoestima fragilizada. Outros sintomas, como por exemplo crises de ansiedade, depressão e até crises de pânico também podem ocorrer.
Compulsão alimentar
No transtorno de compulsão alimentar, o paciente consome de forma excessiva e nada saudável uma quantidade grande de alimentos. Muitas vezes, os alimentos consumidos são fast foods, doces e comidas gordurosas que trazem sensações de prazer. No entanto, diferente da bulimia, o paciente não perde essas calorias e acaba ficando muito acima do peso.
A compulsão alimentar geralmente está associada ao estresse e a a traumas psicológicos. Os pacientes acabam encontrando na comida uma forma de fuga da situação, um conforto momentâneo para não ter que lidar com os problemas emocionais.
Ortorexia
Já os pacientes que sofrem de ortorexia são muito rígidos em relação à alimentação saudável. A ortorexia faz com que essas pessoas façam dietas radicais na busca por uma alimentação saudável, e proíbem a si mesmas de consumir qualquer coisa considerada “não saudável”, como doces e alimentos industrializados. Mas essa limitação acontece em todos os momentos, e o paciente não se permite ter hábitos alimentares flexíveis por medo de não ter uma boa alimentação e um corpo perfeito.
Quem sofre desta doença também pode acabar se sentindo socialmente excluído, porque acaba não consumindo diversos tipos de comida em situações sociais. É comum que o paciente também sinta sintomas de ansiedade nesses casos.
Existem muitos outros tipos de transtornos alimentares, mas todos eles exigem acompanhamento de uma equipe de profissionais de saúde para ajudar na recuperação do paciente. Em casos graves, especialmente de anorexia e bulimia, alguns pacientes passam até mesmo por internações em clínicas especializadas para realizar o tratamento
O que um nutricionista pode fazer para tratar transtornos alimentares?
O nutricionista tem como função identificar qualquer distúrbio nutricional por meio de exames, e orientar os pacientes que sofrem de transtornos alimentares do ponto de vista da dieta e do consumo de nutrientes. Caso você esteja diante de um caso de transtorno alimentar, pode por exemplo:
- Entender as preocupações e medos do paciente
- Conversar com o psicólogo responsável pelo caso para ter um histórico do caso
- Ajudar o paciente a entender melhor a função da alimentação em nosso organismo
- Criar uma dieta específica para o caso, com a qual o paciente se sinta confortável
No início, pode ser que o paciente tenha resistência em seguir a dieta, se auto sabote ou não confie no seu trabalho. Seja paciente e persistente e procure mostrar a importância de uma alimentação equilibrada. Entretanto, não force o paciente a tomar nenhuma atitude, nem o pressione a fazer o tratamento. Esse processo pode ser lento, mas é importante respeitar o tempo de reação do paciente.
Além disso, é sempre importante entender o paciente precisa estar tendo um bom atendimento psicológico. Pacientes com transtornos alimentares dificilmente melhoram se não tratarem suas causas emocionais com acompanhamento terapêutico ou medicamentos adequados. Por isso, esteja sempre ciente se o paciente está fazendo este tratamento.
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